sexta-feira, 1 de julho de 2011

Rock in Rio, eu fui!


Por Thais Durval

Um festival de Rock, um produtor louco por música, roqueiros eufóricos para ver seus ídolos, artistas apaixonados por solos de guitarra, muita gritaria e bate cabeça, foi assim que nasceu o Rock in Rio, um evento que reúne tudo isso e chega a sua quarta edição na cidade maravilhosa.
A primeira edição aconteceu em 1985, contou com 28 bandas e um público 1.380.000 pessoas, a 2ª edição aconteceu em 1991 com 44 bandas e um público 700.000 pessoas e a 3ª Edição de 2001 contou com 160 bandas e um público 1.235.000 pessoas. Quem são essas pessoas? O que esse festival mudou na vida delas? Conversamos com alguns roqueiros alucinados que nos contaram histórias de como chegaram ao festival e o que aconteceu por lá nessas três edições.
Foi em 1985 que terminou o Regime Militar e a esperança de que um novo Brasil iria surgir. Durante esse tumultuado final da ditadura é que surge um jovem publicitário chamado Roberto Medina, com uma ideia que iria mudar a história do Rio de Janeiro e o cenário musical do planeta, realizando um dos maiores festivais musicais do mundo, o Rock in Rio.
Anunciado nomes como Queen, AC-DC, Scorpions, Iron Maiden, All Jarreau, B’52, George Benson, Go Go’s, James Taylor, Nina Hagen, Ozzy Osbourne, Rod Stewart, White Snake,Yes, Barão Vermelho, Erasmo Carlos, Ney Matogrosso e Rita Lee. É então que Gilberto Barcellos, grita para sua namorada Mônica, “ei bixo, esses shows eu não perco por nada!” Foi assim que Gil assistiu ao maior show de sua vida. O agora cinquentão conta que quando Fred Mercury sobre ao palco e começa a cantar “Love of My Life”, o mundo para, as lágrimas escorrem e a emoção é indescritível, só lembra de olhar para o lado e ver a Mônica tão deslumbrada quanto ele. “Um momento único que ninguém conseguirá apagar da minha memória”. Já José Luiz, de 60 anos, conta que na época ele “se amarrava no som do Iron Maden e ao escutar “The Number of the Beast”, uma das músicas de maior sucesso da banda. Além disso, Seu Zé, como agora é conhecido, disse ter encontrado um dos maiores amores de sua vida, a Maria Eugência, uma linda roqueira, com cabelos castanhos e olhos brilhantes, que ao cantar ao lado dele durante todo o evento falou que o sonho dela era casar-se com um homem como ele, que gostava de rock. Ele conta que o namoro não durou por muito tempo, mas o foi o suficiente para guardar como boa lembrança. “Época de ditadura, rock e mulher bonita, assim foi o primeiro Rock in Rio”.

Rio de Janeiro, Maracanã, 18 de fevereiro de 1991, começa a segunda edição do Rock in Rio, Guns N’Roses sobre ao palco, um dos shows mais esperados do evento, o ruivo Axl Rose aparece e o fã Carlos Eduardo grita, “Wellcome to the Jungle” (Bem vindo à selva), título de um dos sucessos da banda. Cadu estava com dois amigos, o Pretinho e o Jeca, apertados, colados na grade, em frente ao palco, cantando tudo, “parecia que meus olhos nem piscavam, eu estava em estado de choque, foi o melhor momento da minha vida”, conta Cadu. “Na época com 21 anos, eu só queria saber de rock, mulher e bebida”. Já Helena de 41 anos fala que achava que não cabia mais gente lá dentro, “era tudo uma loucura, não dava para andar” Ela conta que foi para assistir a banda New Kids on the Block, que não é rock, porém não fez feio no evento.
Dez anos de espera e finalmente a família Medina resolve voltar com o evento mais esperado de todos os tempos, o Rock in Rio III é anunciado, agora em novo local chamado Cidade do Rock. É também nesse ano que as coisas mudam, passa a tocar no evento bandas de vários estilos musicais e DJs com músicas eletrônicas. Bandas como Foo Fighters e Red Hot Chili Peppers vem ao evento, fazendo com que os dias mais esperados do ano cheguem. Diogo Bessa, conta que foi uma galera pra lá, inclusive a mãe de uma amiga os acompanhou, porém lá dentro ele e o amigo Felipe correram para frente do palco, separando do resto do grupo e mesmo sem celular ( na época não tinha) eles se encontraram com facilidade, no final. Ele lembra com detalhes o único dia do evento em que foi, “Na época eu queria ver primeiro Tianastácia, que tocou na Tenda Brasil. Eu lembro que cheguei em cima da hora. O show deles tava começando. Depois o mais aguardado era do Capital Inicial, que na época fazia um sucesso maneiro por causa do CD Acústico. Depois o Silverchair, Miss You Love era Hit certo na época e todo mundo tinha o CD Neon Balroom. E, óbvio, Red Hot era o que eu esperava mais por conta do sucesso que tava fazendo com o CD Californication”. Diogo também fala de quando a banda Red Hot começou a tocar “Around The World”, “ eu pulava igual louco, lembro até hoje”. Foi também no Rock in Rio III que ele encontrou seu primeiro amor, “ Foi lá que conheci minha primeira namorada! Uma das meninas que foi com a gente, a Priscila. A gente namorou alguns meses, mas ela morava longe demais, ainda gostava do ex-namorado dela. Na verdade foi meu primeiro amor e meu primeiro chifre! Nasceu tudo no Rock in Rio III”. Ele também conta que tinha muita gente louca e bebada, “No show do Deftones eu decidi descansar um pouco. Deitei na perna da Priscila e fiquei lá tirando um cochilo. Nisso apareceu um roqueiro bêbado, colocou o piru pra fora e simplesmente começou a mijar na nossa frente... O mijo do filho da mãe pegava no chão e respingava em mim”.
Já a Catherine Muller foi diretamente de São Paulo para assistir aos shows do Foo Fighters no Rio, aos 14 anos de idade teve que ir ao evento com uma amiga da mãe que é delegada federal e conta “não me esqueço do show da Cassia Eller, foi um dos últimos dela, no final ela levantou a camisa e os peitos dela iam até o chão”.
Dom Vitor, como é conhecido, fala que “era extremamente fã de Rock Brasileiro. Estava totalmente focado no Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii e Cássia Eller. Mas só consegui assistir ao primeiro desta lista no último dia do festival”. Ele fala que o melhor momento do show foi durante o show do Red Hot, “Prá mim como era tudo novo, acho que foi na primeira nota de Otherside do Red Hot. Aquele riff fica na cabeça de verdade, simples e Bom demais”. Dom e Molico, um jornalista que na época era um pirralho, falam da inesquecível experiência de ficar com o nariz preto por dentro. Molico com suas sábias palavras afirmou, “ é meio nojento, mas uma galera reclamava da meleca preta no final do evento”. Ele conta que teve que jogar o tênis fora e que um amigo bêbado caiu durante do show dos Los Hermanos, fazendo com que a banda fizesse uma pausa para chamar atendimento médico. Além disso, o amigo dele apelidado de Ovo queria entrar com câmera fotográfica no evento, (coisa que na época não era permitido) então eles tiveram a brilhante ideia de colocar a maquina dentro de um pacote de biscoito.
Rock in Rio, três edições e um fanático por rock, Wagner Fester foi a todos e afirma o de 85 foi o melhor “a primeira sem duvida, foi a pior de infra estrutura, mas foi um marco cultural. Eu comecei a trabalhar com rock um pouco antes, então foi um up na cena toda, tinha feito 18 anos, idade perfeita pra dormir na lama” afirma. Fester também falar do que mais marcou no primeiro evento, “os Paralamas botaram TODO O FESTIVAL DANÇANDO eram uma bandinha tocando às 6 da tarde que fez o festival parar e chorar. Foi o primeiro show marcante, ver três caras que eu encontrava na rua encarando 100 mil e fazendo historia. Rod Stewart também marcou, porque lutou contra uma tempestade que foi praga do Ozzy. Ele entrou pra destruir, pra premiar uma massa gigante com água no joelho durante 2 horas e meia sem parar”.
Amores encontrados, memórias marcadas, histórias engraçadas e a cima de tudo, pessoas felizes escutando música, vendo seus ídolos e tudo na maior paz. É, 2011 chegou e mais uma vez o Rock in Rio está de volta, agora gerenciado pela filha do Roberto Medina, a Roberta Medina, a jovem vice-presidente do evento trás para a alegria do público mais rock ao Rio. Em setembro e outubro terá a edição do Rock in Rio 2011 é lá que iremos encontrar novas histórias de fãs, loucos por música.

3 comentários:

  1. Oi, quem é esse José Luiz, de 60 anos??? Gostaria de entrar em contato com ele!!!

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  2. É para gravar um depoimento para o Rock in Rio!!!

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  3. Olá Tatá, envie seus contatos para apanelacultural@hotmail.com para que entremos em contato

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